terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Cancro do Cólon

Hoje o post é um pouco diferente do habitual, mas precisava de falar sobre este assunto.

Já tinha dito aqui que o ano de 2013 não tem sido nada fácil, e está longe de deixar de o ser... Logo no dia 1 de Janeiro uma pessoa muito próxima a mim foi internada e desde aí nada melhorou, e infelizmente foi diagnosticada com Cancro do Cólon. Foi preciso não aguentar mesmo mais para ir parar a uma clínica e descobrirmos que já há muito que tinha os sintomas mas preferiu ignorá-los até não aguentar mais. Uma pessoa de 52 anos, trabalhadora e na área da saúde, e com histórico de cancro de cólon na família e mesmo assim nunca fez um único exame mesmo a saber que tinha os sintomas, as coisas podiam ter sido bem diferentes.

O medo faz-nos não querer ver a realidade e acaba por nos prejudicar, se enfrentasse o medo e tivesse feito quando devia uma colonoscopia, não teria passado de um pequeno pólipo removido e neste momento estaria tudo bem. Mas não, o Cancro já está avançado e apesar de ter sido removido ainda tem uma grande luta pela frente e as expectativas, nem falo nelas. Agora só resta dar força e lutar e acima de tudo ser optimista.

Por isso mesmo, como profissional de saúde e por isto que tenho vindo a passar sinto que tenho a responsabilidade de falar sobre este assunto e alertar as pessoas, como a prevenção e os exames de diagnóstico são tão importantes.


O que é o Cancro do Cólon?
O cancro do cólon é uma doença maligna que afecta as células de revestimento epitelial da mucosa do cólon (intestino grosso). É a 3.ª neoplasia mais comum e a 4.ª causa de mortalidade específica por cancro. A incidência aumenta progressivamente com a idade: 91% dos casos ocorrem em doentes com mais de 50 anos. Em Portugal, é o segundo cancro mais frequente no homem e na mulher, a terceira causa de morte por cancro no homem e a segunda causa de morte na mulher.

Quais são as causas?
  • Dieta rica em gorduras,colesterol e carnes vermelhas estão associados a um risco aumentado de cancro do cólon. O consumo de álcool e o tabaco também aumentam o risco de cancro do cólon. 
  • Certas lesões do cólon predispõem para o desenvolvimento de cancro: pólipos adenomatosos, adenomas vilosos, síndroma de Peutz-Jeghers (tumores benignos do tubo digestivo chamados hamartomas) e doença crónica inflamatória do tubo digestivo (colite ulcerativa e doença de Crohn). 
  • As alterações genéticas são comuns e acompanham a transição de pólipo adenomatoso para cancro invasivo. Os doentes com história de cancro do cólon têm risco aumentado de segundo cancro primário do cólon ou de outros tumores.

Quais os sinais e sintomas?
  • Hemorragia digestiva baixa, dor abdominal, alteração dos hábitos intestinais (obstipação/diarreia), sintomas gerais (astenia, anorexia, emagrecimento). 
  • Quadro clínico de oclusão intestinal, perfuração intestinal, distensão abdominal, febre, náuseas ou vómitos, tenesmo. 
  • Os doentes podem apresentar anemia, massa abdominal palpável, hepatomegalia, adenopatias palpáveis, icterícia.

A mortalidade por cancro colorrectal pode ser reduzida através do diagnóstico precoce, rastreio e polipectomia.

Os doentes com risco médio são aqueles com = 50 anos, sem história de adenoma, cancro colorrectal, doença inflamatória do intestino e história familiar negativa. Os doentes com risco aumentado são os que apresentam história pessoal de adenomas, cancro colorrectal, cancro do endométrio/ovário antes dos 60 anos, ou doença inflamatório do intestino, ou história familiar positiva. Os doentes com elevado risco hereditário são os têm cancro colorrectal antes dos 50 anos, história familiar de cancro colorrectal ou cancros relacionados com o cancro do cólon não polipose hereditária (HNPCC), história pessoal ou familiar de síndromas de poliposes. 

O rastreio para os doentes com risco médio deve iniciar-se aos 50 anos com: colonoscopia a cada 10 anos (preferido); pesquisa de sangue oculto nas fezes e sigmoidoscopia a cada 5 anos; clister opaco duplo contraste (complemento) a cada 5 anos ou colonogafia por TAC (alternativa).

Naqueles que apresentam história familiar positiva, a colonoscopia deve ser feita a cada 5 anos a começar aos 40 anos.

Fonte: Aqui


Espero que este post tenha sido útil para alguém e para aquelas pessoas que não fazem exames por medo, ou porque não se sentem à vontade, como acontece muito com a colonoscopia, pensem que mais vale prevenir que remediar, e não é só aos outros que acontece.

Sejam saudáveis, pratiquem exercício físico e acima de tudo ouçam o vosso corpo. Não ignorem nada, porque não é por ignorarmos que vai desaparecer.

Se alguém tiver dúvidas está à vontade para perguntar, eu tenho todo o gosto em ajudar naquilo que puder :)

2 comentários:

  1. É horrível receber uma notícias dessa (e eu que o diga...) Tudo se resolverá, muita força!

    Beijinhos,
    Joana
    http://modaestyle.blogs.sapo.pt

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